Problemas financeiros estão entre as principais causas de divórcio no Brasil
Falta de diálogo, crenças limitantes e ausência de educação financeira desde a infância contribuem para o fim de muitos relacionamentos, alertam especialistas
24/07/2025 às 09:07
Créditos: Potencial Pleno
Problemas financeiros têm se tornado uma das principais causas de divórcio no Brasil. De acordo com a última edição da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo IBGE, em 2021 o país registrou 386,8 mil divórcios, um crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior. A taxa geral de divórcios também aumentou, passando de 2,15% para 2,49% entre pessoas com 20 anos ou mais.
Segundo especialistas, uma das razões para esse crescimento está na falta de diálogo e transparência sobre o dinheiro dentro dos relacionamentos. Um dos comportamentos que mais geram conflitos é a chamada infidelidade financeira - quando uma das partes omite ou mente sobre gastos, dívidas, rendimentos ou investimentos. Esse tipo de atitude abala diretamente a confiança entre o casal.
Para Carol Costa, empresária, administradora e co-fundadora da Potencial Pleno, é preciso olhar com mais maturidade para o modo como lidamos com o dinheiro e isso começa pelo autoconhecimento. “Chegou o momento de pararmos e entendermos nossas próprias crenças sobre o dinheiro, como nossa família olha para ele, e analisarmos esse comportamento de maneira mais racional e madura”, afirma.
O dinheiro ainda é tabu no Brasil Ao contrário de outras culturas, onde a educação financeira começa em casa e é reforçada nas escolas, no Brasil o tema ainda é tabu, o que impacta diretamente a vida adulta.
Délis Ferst, consultora financeira e líder comercial da Potencial Pleno, reforça: “a maioria de nós não aprendeu sobre dinheiro. Nossos pais não falaram conosco, ou se falaram, foi com base nas crenças que herdaram, sem questionar. Isso cria um ciclo."
Ela completa: “se tivéssemos aprendido ainda na escola sobre a importância de economizar 10%, de entender o que é curto e longo prazo, onde investir, e por que guardar dinheiro para aposentadoria se existe o INSS, nossa relação com o dinheiro seria outra."
Crenças como "dinheiro é sujo", "não é pra todo mundo" ou "dinheiro não dá em árvore" são exemplos de programações subconscientes que atravessam gerações. Muitas dessas crenças sabotam o sucesso financeiro e também os relacionamentos.

Como identificar uma crença limitante sobre o dinheiro?
Crença é um padrão de pensamento criado a partir de algo que, em algum momento da vida, passamos a considerar como verdade e que, com o tempo, se transforma em um comportamento repetitivo. Sentir culpa ao gastar, ter necessidade de comprar para aliviar a tristeza ou carregar bloqueios emocionais em relação ao dinheiro são sinais claros disso.
Para tratar uma crença, segundo Délis, é preciso reprogramar o subconsciente por meio da repetição. Repetir frases como: “O dinheiro pode ser fácil, abundante e também importante” pode ajudar a trazer a crença à consciência e, a partir daí, ressignificá-las.
Délis ressalta que o dinheiro, apesar de envolver cálculos e lógica, é fundamentalmente comportamental. “Se todo mundo recebesse um milhão de reais hoje, em poucos anos teríamos pessoas com rendas e riquezas diferentes. Por quê? Porque o dinheiro é emocional. É sobre escolhas, crenças, decisões.”
O dinheiro, assim como a contabilidade e a administração, foi inventado pelo ser humano, portanto, não é uma ciência exata. Délis usa a analogia dos três cérebros para explicar a dinâmica: o reptiliano é responsável pelo estado de sobrevivência, o límbico pelas emoções e o neocórtex pela racionalidade. Apesar de acreditarmos que usamos a razão, quem geralmente está no comando das decisões financeiras é o cérebro emocional.
Ela ilustra com um exemplo simples: “Se eu te vender uma caneta por R$10, parece justo. Mas se você estiver no meio do nada, prestes a perder um contrato de R$1 milhão por não ter como assiná-lo, talvez pague R$1.000 por essa mesma caneta. O valor emocional muda tudo.”
O mesmo acontece com decisões maiores: pessoas que compram carros novos mesmo sem ter onde morar, ou gastam fortunas em bens de luxo sem segurança financeira. Tudo isso é reflexo de decisões tomadas a partir da emoção, e não da razão. Afinal, quando há uma alta emoção, há baixa racionalidade. “É o apego emocional, as crenças, os significados que estão dentro do cérebro da pessoa", reforça.

Como isso impacta os relacionamentos?
Em um casamento, decisões financeiras deveriam ser tomadas em conjunto. Mas quando cada parceiro traz crenças diferentes sobre o dinheiro, e não sabem conversar sobre isso, o conflito é inevitável. Mas, precisamos entender que as pessoas não falam sobre dinheiro, porque nunca foram ensinadas a falar.
“Pessoas com diferentes vivências e crenças se casam. No início, essas diferenças podem parecer pequenas, o incômodo pode ficar adormecido por anos, mas quando as crenças colidem… explode”, explica Délis.
Reconhecer essas crenças é o primeiro passo. Gastar demais, sentir culpa ao investir em si mesmo, tudo isso são sinais de crenças limitantes. A boa notícia é: elas podem ser reprogramadas. Mas isso exige educação emocional e financeira.
O dinheiro não deveria ser um tabu, e sim um tema ensinado, debatido e aprendido com leveza. Mais do que evitar inadimplência ou endividamento, entender o próprio comportamento financeiro é essencial para construir uma vida mais saudável, inclusive nos relacionamentos.
Carol Costa finaliza: “No Eleve-se, abordamos exatamente isso: não apenas o dinheiro, mas as emoções e os relacionamentos por trás de cada decisão. Porque o patrimônio mais importante que alguém pode construir é o da vida a dois.”
O Eleve-se é uma imersão presencial de alto impacto emocional, centrada em quatro pilares fundamentais: trabalho, saúde, relacionamentos e finanças. São dois dias intensos de palestras e experiências voltadas ao desenvolvimento da inteligência emocional e à transformação de comportamentos que impactam todas as áreas da vida.
Com palestrantes especializados em cada uma das áreas de desenvolvimento, o Eleve-se conta com a presença de Carol Costa como palestrante principal e Délis Ferst, que traz ensinamentos valiosos sobre como lidar melhor com as finanças e organizá-las de forma eficiente.
A próxima edição acontece nos dias 08 e 09 de novembro de 2025, no Espaço Torres Jardim Botânico, localizado na Rua Pergentina Silva Soares, 159, em Curitiba

Serviço
Evento: Vem Pro Eleve-se
Data: 08 e 09 de novembro de 2025
Horário: Início às 8h
Local: Espaço Torres Jardim Botânico. Rua Pergentina Silva Soares, 159 – Curitiba/PR
Garanta sua vaga: vemproelevese.com.br







 
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