Doença silenciosa, hepatite B e C são fatores de risco para o câncer de fígado
23/05/2025 às 17:25
A melhor forma de prevenção é fazer a vacinação, disponível na rede pública de saúde para os tipos A e B. Foto: Freepik
A Organização Mundial da Saúde – OMS avalia que cerca de 304 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com algum tipo de hepatite viral crônica: cerca de 254 milhões com hepatite B e 50 milhões com hepatite C. Além disso, estima-se que aproximadamente 290 milhões de pessoas têm hepatite viral e desconhecem que estão infectadas. A melhor forma de prevenção é fazer a vacinação e usar preservativos nas relações sexuais, evitando assim o contágio. As vacinas estão disponíveis na rede pública de saúde e ajudam na prevenção das hepatites virais tipo A e B.
Segundo o cirurgião oncológico Marciano Anghinoni, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, “A hepatite tipo A é a mais comum, sendo considerada uma infecção aguda e não dá origem à hepatite crônica, em geral, a maioria dos pacientes se recupera totalmente da doença. As hepatites do tipo B e C, consideradas as mais perigosas, são, inclusive, fatores de risco para o desenvolvimento do hepatocarcinoma, que é o câncer de fígado, além de cirrose hepática”. 
O vírus da hepatite tipo B é transmitido pelo compartilhamento de objetos contaminados como seringas e agulhas, alicates de unhas, lâminas de barbear, escovas de dente, assim como pelo contato com sangue ou ainda com outros fluidos corporais durante o sexo sem proteção com pessoas infectadas, além da chamada transmissão vertical, de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Já a transmissão do tipo C e D ocorre de forma semelhante à do vírus da hepatite B, de mãe para filho e, embora menos comum, pela relação sexual, mas na maioria das vezes, se dá pelo contato direto com o sangue humano contaminado, seja por compartilhamento de materiais de higiene pessoal, de agulhas e seringas, ou pela transfusão sanguínea, ainda que menos habitual atualmente. Considerada mais grave na forma crônica, a hepatite D (Delta), assim chamada porque as suas causas estão relacionadas a um vírus de mesmo nome (agente delta), cujo RNA é tido como defeituoso, uma vez que necessita da presença de uma proteína-chave do vírus da hepatite B para se replicar e causar a doença, só pode infectar pessoas que estejam infectadas também com o vírus da hepatite B.
Dr. Marciano Anghinoni esclarece que um dos principais problemas ligados às hepatites virais é que muitas vezes os sintomas passam despercebidos por serem silenciosos e com isso muitas pessoas vêm para o consultório quando a doença já se encontra em estágio avançado, tornando-se crônica ou evoluindo para outra complicação mais severa. Para o diagnóstico da hepatite são considerados, na avaliação, os sintomas e o histórico médico, além da realização de testes da função hepática, exames de sangue, físico e de imagem (cintilografia), bem como biópsia hepática. 
O carcinoma hepatocelular (CHC), a forma mais comum de câncer de fígado, é uma doença agressiva que pode passar despercebida em função da ausência de sintomas evidentes no estágio inicial, levando pacientes a serem diagnosticados em fases mais avançadas e comprometendo a eficácia do tratamento. Estudos apontam que a cirrose (cicatrização do fígado) causada pelos vírus da hepatite B e C é responsável por cerca de metade de todos os casos de carcinoma hepatocelular, a forma mais comum de câncer de fígado. Outros fatores são consumo excessivo de álcool, acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática) tabagismo, obesidade, diabetes e exposição a substâncias tóxicas contidas em alimentos mal acondicionados.
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