
Foto: Pedro Ribas/ Secom
Curitiba é a terceira melhor cidade do Brasil para startups, segundo avaliação do Global Startup Ecosystem Index Report (GSEI) 2025, divulgado nesta terça-feira (20) em evento online global transmitido de Israel. O relatório mundial, feito pelo instituto israelense StartupBlink, analisa 1.473 cidades de 118 países, avaliando o número de startups, a qualidade delas e o ambiente de negócios.
“Curitiba conquistou todos os principais prêmios de Cidade Inteligente e isso foi possível graças a um vibrante ecossistema de inovação. Nossas startups, empresas de tecnologia e universidades se reuniram no Vale do Pinhão para trabalhar juntas nesta transformação. A Prefeitura continua a oferecer o ambiente ideal para que esse movimento siga crescente e a melhorar a cidade para cada empresa e cada cidadão", declarou o prefeito Eduardo Pimentel, no texto do levantamento.
Entre os municípios brasileiros avaliados, São Paulo ficou com o primeiro lugar, com 42.361; seguido de Rio de Janeiro, com 5.495 pontos; e Curitiba, com 5.471 pontos. Na sequência vêm Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis. Globalmente, Curitiba, cidade do ecossistema de inovação Vale do Pinhão, desde 2022 tem sido destaque no Startup Ecosystem Index Report, chegando agora à 149ª posição no ranking global das mil cidades. São Paulo está em 23º e Rio de Janeiro, em 147º. O primeiro lugar do GSEI 2025 é da cidade de São Francisco (Califórnia, EUA), no Vale do Silício, seguido de Nova Iorque (EUA) e Londres (Inglaterra). Na América do Sul, Curitiba ficou com a 7ª posição, atrás de São Paulo, Bogotá, Santiago, Buenos Aires, Medellín e Rio de Janeiro.
A Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação foi reconhecida no relatório como uma das iniciativas governamentais envolvidas na promoção de ecossistemas inovadores no Brasil. A Agência é parceira institucional da StartupBlink e colabora com o levantamento.
Novos talentos frente à inteligência artificial
Viver em meio a robôs, ser atendido por eles em estabelecimentos comerciais e até tê-los como assistentes pessoais poderiam parecer cenas de um filme de ficção. Porém, em 2025, a inteligência artificial (IA) já é uma realidade que transformou diversos setores da economia e, dentro das empresas, sua presença aumenta cada vez mais. Entre os jovens que estão ingressando no mercado de trabalho, esse cenário causa um impacto direto, já que a IA reconfigura funções tradicionais e, por consequência, gera cargos que exigem novas habilidades e uma capacidade de adaptabilidade para os que buscam se destacar.
A análise é de Vinicius Paulo Raimundo, mestre em Gestão de Organizações, Liderança, especialista em Gestão de TI, Gestão de Pessoas e Gerente de TI do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/PR). "Os estudantes do ensino superior ou recém-formados que procuram oportunidades no mundo do trabalho precisam compreender as oportunidades que as novas tecnologias oferecem e, ao mesmo tempo, os desafios que elas impõem. Os métodos de contratação, as funções existentes e os setores mais promissores já não são mais os mesmos. A pessoa que, há vinte anos, entregou uma folha de currículo impressa na recepção da empresa para ser contratada na área de RH, hoje filtra currículos enviados por plataformas on-line com o auxílio da IA", afirma.
Com a abrangência das aplicações, a tecnologia faz parte da maioria dos setores e, assim, as empresas buscam profissionais que saibam utilizar as ferramentas para otimizar processos e tomar decisões de forma mais precisa e embasada. "Nesse sentido, a programação e a análise de dados se destacam, permitindo que os robôs assumam funções repetitivas, operacionais e de maior risco para que os humanos possam focar nas áreas de criatividade, estratégia e liderança. Ao contrário do que alguns pensam, a IA amplia as capacidades humanas, mas nunca as substitui totalmente", avalia Raimundo.
Na educação, no atendimento ao cliente e em diversas outras áreas, programas que utilizam como base a IA já são realidade. No Paraná, por exemplo, o Governo do Estado anunciou em 2024 uma parceria com o Google para o desenvolvimento de três ferramentas: a autobiometria, que será utilizada pelo Detran; a plataforma LIA, focada em melhorar a capacidade de leitura de crianças do 2.º ano do ensino fundamental; e o desenvolvimento do e-sistema de atendimento digital automatizado para responder perguntas sobre projeto e obras da Ponte de Guaratuba. Para 2025, a expectativa é que mais 27 aplicações de IA sejam lançadas.
2025 será o ano da consolidação do 5G no Brasil
Em 2024, o 5G completou dois anos no Brasil. Hoje, a tecnologia está presente em quase 600 municípios, sendo que a infraestrutura necessária já se estendeu a mais de 800 cidades, contemplando mais de 60% da população. As projeções do governo federal são de que o 5G deve adicionar aproximadamente 0,5% ao PIB do país ao ano, considerando o aumento de produtividade e as novas oportunidades de negócio em setores variados como indústria, saúde, educação, agricultura e logística. Neste ano, assistiremos uma aceleração dos benefícios gerados pelo 5G, que após o período de implantação, vai se consolidar no país.
Em média, a velocidade do 5G no país está em torno de 450 Mbps, o que coloca o Brasil em destaque em rankings sobre a eficiência das conexões. "Mais do que a infraestrutura existente, a consistência do serviço será fundamental para que o 5G realmente consiga entregar as vantagens prometidas para os diversos setores, especialmente em relação às novas tecnologias que dependem da alta velocidade contínua", avalia o advogado Thiago Priess Valiati, sócio do escritório Razuk Barreto Valiati, doutor em direito administrativo pela USP e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito.
A necessidade de constância se deve, sobretudo, à troca de informações entre máquinas, por meio da Internet das Coisas (IoT). "Estamos falando de equipamentos enviando dados entre si a todo o momento. Isso requer uma velocidade de conexão elevada e ininterrupta para garantir que as informações sejam atualizadas em tempo real. É isso que setores como indústria, agronegócio, logística e outros segmentos esperam obter do 5G. Mais do que o aumento por si do volume de acessos de máquinas, é preciso garantir a sua qualidade".
O combo de alta velocidade e baixa latência visa oferecer uma velocidade muito elevada, que seria equivalente às de conexões físicas. É a partir da implementação progressiva do 5G no país que muitas tecnologias que são faladas atualmente podem se consolidar, como a Inteligência Artificial, além da Internet das Coisas, que permitem mais automação, eficiência e avaliação de grandes volumes de dados para empresas de diversos segmentos econômicos.
IA realiza testes de forma autônoma em softwares
Com a digitalização dos últimos anos é cada vez maior o volume de aplicativos e softwares que a sociedade acessa diariamente. Porém, para que esses programas funcionem de forma adequada, inúmeros testes (test case) são realizados desde a criação do aplicativo até o lançamento. Para isso, os profissionais de Tecnologia da Informação precisam acessar cada função dentro do aplicativo e simular as variadas possibilidades de ação dos usuários, a fim de identificar erros e criar as soluções necessárias. Desta forma, os aplicativos chegam ao mercado somente quando estão funcionando corretamente, evitando prejuízos aos desenvolvedores e seus clientes.
“É uma área muito grande dentro da TI e que demanda muitas horas dos profissionais especializados. Agora, com o apoio da Inteligência Artificial (IA), em poucas horas o desenvolvedor consegue levantar todas as falhas do sistema, o que de forma manual poderia levar dias”, explica o CEO do TestBooster.ai, Juliano Haus, que atua há mais de 20 anos no ramo de tecnologia.
Um dos diferenciais é o uso de Inteligência Artificial, que acelera a execução dos testes de softwares, tornando a ação mais assertiva. Isso porque a própria IA acessa a tela e mapeia todas as variáveis possíveis, realizando as ações de forma automática.
“Até então, as soluções disponíveis no mercado faziam os testes de forma automática, porém era necessário que o profissional fizesse uma programação prévia dos pontos que gostaria de testar. Com o TestBooster.ai não há necessidade de programação neste processo”, ressalta Juliano Haus. “Sua interface intuitiva permite ainda que qualquer pessoa que conheça bem as regras de negócio de seus sistemas possa criar e realizar os testes, sem depender de um profissional especializado”, complementa.
Com a autonomia da IA, a tecnologia permite que vários testes sejam realizados de forma simultânea e em períodos noturnos, por exemplo, trazendo mais celeridade ao processo e aumentando a produtividade da equipe. Na NextAge, empresa de desenvolvimento de softwares que atua há 17 anos no mercado, o TestBooster.ai acelerou em 40% as atividades nesta fase de execução.