Após um hiato de 9 meses, o fundador da greentech retoma a maior posição da empresa que é especializada em gestão de resíduos e conta em seu portfólio com grandes clientes como a Coca-Cola, Allos, GLP, Heineken,  Ambev e Saint Gobain JCP, do Grupo Paes Mendonça.
“Minha meta é alcançar os objetivos do novo ciclo, especialmente aumentar as vendas do nosso produto, que ficaram estagnadas durante a contenda societária. Também queremos melhorar a plataforma com novas funcionalidades, trabalhando de perto com nossa equipe de desenvolvimento e nosso CTO, para consolidar a Minha Coleta como líder na gestão de resíduos.”, explica Eduardo Nascimento, que já comandou a empresa entre 2015 e 2024, e terá a missão de realinhar a estratégia da companhia, focando em expansão geográfica, eficiência operacional e redução de emissões de carbono.  
O executivo é um dos nomes mais respeitados no setor de logística reversa e sustentabilidade no Brasil. Durante sua primeira gestão como CEO da Minha Coleta, entre 2015 e 2024, ele liderou a expansão da empresa para 22 estados, aumentou a receita anual em 40% e implementou iniciativas pioneiras em economia circular. Sua saída, em 2024, foi motivada por um impasse com os antigos sócios, mas seu legado permaneceu como referência dentro da companhia.

Segundo fontes próximas à diretoria, o retorno de Nascimento foi motivado pela necessidade de estabilidade e crescimento em um momento de incertezas econômicas. "Ele tem um histórico comprovado de liderança e visão estratégica. Acreditamos que ele é a pessoa certa para guiar a empresa nesta nova fase", afirmou seu xará, Eduardo Azevedo, um dos investidores da Greentech que acumula prêmios como Selo Impact Latam, de startups de alto impacto da América Latina, 100 Startups to Watch e Sebrae.

Em 2017, dois anos após a criação da greentech, o fundador se aproximou de um casal dono de uma empresa de reciclagem, que se tornou sócio majoritário da startup. "Acreditei neles, mas foi um erro quase fatal", admite. A dupla começou a se afastar da operação, vetando rodadas de investimento e afastando fundos que já estavam prontos para aportar. Em 2023, a situação piorou: a operação de clientes residenciais foi descontinuada, e a equipe foi reduzida a apenas três pessoas. 
"Fiz diversas propostas de saída e compra de participação, todas recusadas ou com contrapropostas absurdas. Foi quando precisei tomar a decisão mais difícil da minha vida: desistir e deixar a empresa que criei", relata o CEO. Em julho de 2024, ele se viu obrigado a sair do negócio que ele próprio criou. "O baque foi imenso. De repente, tudo pelo que lutei parecia perdido. O que fazer agora? Como recomeçar?". 

Quando tudo parecia perdido, dois investidores-anjo que haviam comprado a greentech o procuraram. "Eles queriam que eu voltasse. Dessa vez, entrei na negociação com um aprendizado valioso: investidores não são apenas sobre dinheiro, mas sobre alinhamento de valores", considera. 
Após meses de negociação, Nascimento reassume neste mês de março o cargo de CEO com uma estrutura jurídica e de governança sólida. "Essa experiência me ensinou que erros não devem ser punidos, mas sim usados como aprendizado. Se antes errei ao aceitar sócios sem a governança adequada, desta vez construí uma base sólida para um futuro próspero."

O fundador e CEO da Minha Coleta, tem 36 anos e foi nascido e criado em Mesquita, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, Eduardo Nascimento cresceu em uma família humilde, mas unida por valores sólidos. "No lugar de onde vim, ter um café da manhã antes de ir à escola era um privilégio para poucos. Desde cedo, aprendi a enxergar oportunidades onde a maioria via dificuldades", relembra. 
Sua conexão com a sustentabilidade começou na infância, influenciado pelo pai, que pintava muros para conscientizar sobre a poluição dos rios do bairro. Aos 7 anos, Nascimento já liderava a "escolinha do professor Seu Creison", onde brincava de ensinar sobre o tempo de decomposição dos materiais. Mais tarde, aos 16 anos, durante sua primeira graduação, sua mãe começou a trabalhar com cooperativas de catadores, dando-lhe uma visão realista da reciclagem. "Foi quando entendi a realidade de quem coloca a mão na massa", diz.
De lá para cá, se formou em Administração de Empresas com especialização em Marketing e Operações, dedica toda sua carreira profissional ao empreendedorismo e inovação focados na centralização do cliente e personalização do consumo de forma sustentável.