
O universo de Virginia Woolf foi profundamente sondado por Cláudia Abreu, a atriz, e por Amir Haddad, o diretor, para hegar ao teatro, o público.
Virginia, o monólogo idealizado e escrito por ela a partir da vida e da obra da escritora inglesa (1882-1941), poderá ser apreciado em Curitiba, de 25 a 27 de abril, e (atenção!) os ingressos estarão à venda no Teatro da Caixa, que está celebrando 45 anos de vida cultural, a partir deste sábado 19.
Virginia teve estreia nacional em São Paulo, julho de 2022, e desde então vem emocionando plateias: esteve em mais de 25 cidades, entre elas Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, além de Guanajuato no México. A peça também fez parte do Festival Internacional Cervantino, em Lisboa. Ao fim,a produção contabiliza um público de 45 mil pessoas, e agora em 2025 segue sua itinerância com as apresentações programadas na Caixa Cultural.
A dramaturgia, conta a atriz, se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente. Afinal, a escritora foi notabilizada não só por sua obra, como também por sua vida marcada por tragédias pessoais e uma linha tênue entre a lucidez e a loucura.
E até chegar ao palco com seu primeiro monólogo e primeiro texto, Cláudia passou por um processo de pesquisa e experimentação que durou mais de cinco anos. E contou com a direção e a competência de Haddad (87 anos), com quem ela trabalhou em Noite de Reis, tempos atrás (1997). Malu Valle, que assina a codireção, chegou ao processo quando o diretor se recuperava de covid).
Cláudia lembra que Virginia Woolf entrou em sua vida com a peça Orlando, assinada por Bia Lessa em 1989. No entanto, somente em 2016, com a indicação de uma professora de literatura, que a atriz reencontrou e mergulhou de cabeça no universo da autora.
Após ler e reler alguns livros, incluindo as memórias, biografias e diários, a vontade de escrever sobre Virginia falou mais alto: “Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”
A peça, observa Cláudia, “também vem deste desejo de fazer algo que me toca, do que me interessa falar hoje. De falar do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as incertezas na criação artística, também falar da condição da mulher ontem e hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda sem a vivência pessoal e teatral que tenho hoje”.
Da autora de Mrs Dalloway, Ao Farol e As Ondas, a peça reporta sua intimidade. E a coloca, em seus últimos momentos, rememorando a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, os afetos, dores...
Imperdível
No Teatro da Caixa Cultural Curitiba (Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro), dias 25, 26 e 27 de abril. Na sexta-feira e sábado às 20h e domingo às 17h.
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia)
Vendas: a partir de 19 de abril às 10h na bilheteria do teatro (terça a sábado das 10h às 20h, domingos e feriados das 10h às 19h) e às 15h no site www.sympla.com.br
Lotação: 125 lugares/Acesso para pessoas com deficiência
@caixaculturalcuritiba
(41) 4501-8722