Fernanda Montenegro interpreta dona Nina, uma senhora solitária que, aflita com a violência em Copacabana, decide filmar da janela de seu apartamento a movimentação de traficantes de droga, com a intenção de cooperar com a investigação policial. Seus vídeos chamam a atenção de um jornalista, que tenta ajudá-la nessa missão. Nina, ao fim, adota o nome de Vitória para escapar da vingança de traficantes e policiais corruptos.
Essa é a sinopse de uma história real, brasileira, que virou filme com estreia nesta quinta dia 13.  Mesmo se sabendo a trama e seu final, pois a façanha de Joana Paes (Nina) foi noticiada e virou livro, as duas horas do filme são sustentadas pelo talento de Fernanda Montenegro. De início, seu figurino e amizade com um menino do morro remetem, vagamente, ao célebre Central do Brasil. Mas só vagamente. Logo, o espectador estará diante de dona Nina.
O roteiro de Paula Fiúza (viúva de Breno Silveira) é inspirado no livro Dona Vitória da Paz, do jornalista Fábio Gusmão, identificado no filme como Flávio Godoy. 
As filmagens começaram antes da morte de Joana Paes, a verdadeira Vitória. E foram iniciadas pelo cineasta Breno Silveira, que faleceu em 2022. O longa foi concluído pelo diretor Andrucha Waddington (marido de Fernanda Torres).
(Joana era negra, mas para não identificá-la, Fernanda Montenegro foi escalada para o papel.  E outra inversão é a do jornalista Flávio Godoy, que passa a ser o ator negro Alan Rocha. A identidade de Joana só foi revelada em fevereiro de 2023, quando de seu falecimento aos 97 anos).
Voltando ao filme: Marcinho, o menino amigo de dona Nina,  é vivido por Thawan Lucas, uma revelação, que talento! O elenco também conta com as boas presenças de Linn da Quebrada, Laila Garin e Thelmo Fernandes. Como diz a manchete de Flávio Godoy, a indignação de Nina/Vitória é a força do filme, que tem a força do olhar de Fernanda Montenegro.
A distribuição de Vitória é da Sony Pictures, coprodução da Conspiração com a Globoplay e MyMama Entertainment e apoio da Globo Filmes.