
Eduardo Kobra realiza em Curitiba seu segundo maior mural
O grafiteiro Eduardo Kobra prepara a sua segunda maior obra urbana. Vai criar, em Curitiba, um mural gigantesco no silo do Moinho Anaconda no bairro Capanema. Às vésperas de completar 75 anos, a moageira contrata o artista para celebrar o mais universal dos alimentos, o pão, e de todos os trabalhadores envolvidos em sua produção.
A obra Ciclos, com execução durante este mês de fevereiro de 2025, terá cinco mil metros quadrados, envolvendo dez enormes silos. “Quero destacar aqui os processos, do plantio do trigo à produção do pão, que fazem com que este alimento universal chegue à mesa das pessoas”, diz ele, já em Curitiba e vestindo uma camiseta com símbolo do pinheiro.

Kobra se sente honrado pela dimensão do mural: “Isto me enche de orgulho, porque sei da importância dessa cidade e também do valor dos artistas da street art local, a quem respeito muito”, observa, talvez ciente da polêmica nas redes sociais pela contratação de “um artista de fora”.
Outro desafio: “Também é a primeira vez que pinto uma obra que abarca simultaneamente dez silos. Tanto as dimensões como o formato são um desafio que tornam este trabalho ainda mais interessante para mim.”
Kobra vai ilustrar as três fases principais que simbolizam a transformação do trigo no bíblico alimento. Na primeira imagem, calejadas mãos estarão trabalhando na colheita. Na segunda, será mostrada a farinha manuseada e transformada em massa para o pão. Por fim, a cena final exaltará o pão já assado em um gesto de oferecimento.
Na sua maior obra, que desde 2017 detém o recorde de maior mural do mundo segundo o Guinness, ele exalta outro alimento, o cacau e a produção do chocolate (pode ser visto às margens da Rodovia Castelo Branco, na Região Metropolitana de São Paulo, e mede 5,8 mil metros quadrados).
"É com grande satisfação que o Moinho Anaconda apresenta um artista de tamanha expertise e renome internacional para esta iniciativa, uma homenagem à cidade que nos acolhe com tanto carinho há décadas", diz Maximiliano Piermartiri, diretor-presidente do Moinho Anaconda. "Este projeto, que muito nos honra, faz parte das comemorações dos 75 anos da empresa, a serem celebrados em 2026. Produzir farinha de alta qualidade é uma arte, e envolve conhecimento e experiência, atributos muito alinhados com a iniciativa", completa Isa Telles, gerente de Marketing e Trade da empresa.
Eduardo Kobra

Nascido na periferia de São Paulo em 1975, Eduardo Kobra começou como pichador na adolescência. Ao longo dos anos, desenvolveu seu estilo marcante de muralismo, caracterizado por cores vibrantes e contrastantes, e sua habilidade em retratar personalidades, fatos históricos e questões sociais em murais gigantescos.
Com obras em cinco continentes, Kobra quebrou recordes em tamanho de murais, incluindo o maior mural grafitado do mundo. Seu trabalho ganhou visibilidade internacional, com destaque para a obra “O Beijo” em Nova York. Além disso, ele recebeu convites de galerias, museus e organizações, incluindo a ONU, para exibir suas obras e participar de projetos de prestígio.
O Instituto Kobra busca aproximar a cultura de quem tem menos acesso e apoiar causas humanitárias, enquanto suas parcerias com empresas contribuem para viabilizar seus projetos públicos de grande escala.
Moinho Anaconda
Inaugurado em 1951 em São Paulo, a segunda unidade fabril. Surgia em 1957, em Curitiba, com a mesma capacidade de produção e quantidade de produtos. A unidade paranaense ocupa uma área aproximada de 25.800 metros quadrados, emprega 250 funcionários e tem capacidade de produzir 900 toneladas por dia de farinha.
Atende mais de oito mil clientes, oferecendo quatro linhas diferentes de farinha de trigo para indústrias, panificadoras, pizzarias,
food service e consumidores. Recentemente, o moinho investiu numa renovação total de sua identidade visual, adotando uma nova marca e modernizando todas as suas embalagens. As duas unidades da empresa adotaram energia solar em suas fábricas.