O desfile da Zegna na Semana da Moda Masculina de Milão, contando com celebridades como o ator John Turturro, apresentou a coleção Vellus Aureum (velo de ouro), destacando a lã extrafina capaz de resultar em peças com volumes, mas com os tecidos leves, macios e requintados. Também desfilaramo Madds Mikkelsen, Lucas Bravo e Manuel Garcia Rulfo, entre os convidados da marca.
As texturas são táteis e densas, mas macias: lã de cashmere, veludo cotelê de algodão com cashmere, cobertura de lã angorá, flanela de lã, Oasi Cashmere. O guarda-roupa original de Ermenegildo Zegna, o fundador da marca, está em mente não apenas para o Vellus Aureum, mas também para as formas que ele favorecia, que inspiram diretamente itens e construções.
Para o inverno deste ano, os homens contarão com silhueta desconstruída e volumes envolventes. Blazers desconstruídos têm abotoamento baixo com dois botões; casacos oversized com golas de cashfur batem no joelho; jaquetas são espaçosas, com lapelas ou golas levantadas e cinturas elásticas. Tricô é indispensável nesta temporada.
Detalhes: decotes em gola V profundos expõem camisas que estão cuidadosamente sobrepostas; bolsos são cortados na diagonal e posicionados baixos, para acomodar as mãos; suéteres e cardigãs volumosos são vistos por dentro de calças de cintura alta. A camisa sem colarinho da primavera agora é feita de tricô; o veludo cotelê de cashmere e algodão compõe ternos robustos, mas macios. 
Ternos Oxford com lavagem desbotada parecem ter tido outra vida. A icônica jaqueta Il Conte continua a evoluir, sendo apresentada em shearling, como um colete, em uma nova versão da Oasi Cashmere chore jacket. A paleta de cores é uma mistura de tons neutros, folhagem escura,  vermelha e terrracota com toques de nero opaco. 
Como começou a história dessa lã: em 1963, Ermenegildo Zegna criou o Wool Trophy Awards na Austrália para apoiar os criadores de lã em sua busca pela melhor lã do mundo. Com uma lã extrafina, um fio extraordinário é produzido a cada ano, do qual são criados os tecidos mais leves, macios e requintados. Vellus Aureum é, hoje, a joia na coroa de tecidos de lã da marca O nome faz referência ao feito mítico de Jasão e os Argonautas: a procura pelo Velocino de Ouro, representado por um carneiro alado. Até hoje, o recorde mundial de Vellus Aureum para uma única lã foi alcançado em 2023, com uma finura de 9,4 microns.
O novo desfile e coleção são uma homenagem a essa mentalidade abrangente. As colinas cobertas com a grama mais verde pelas quais os modelos desfilaram evocam a vegetação e a escala das paisagens australianas, com suas linhas sinuosas simbolizando a continuidade entre o homem e a natureza, além da conexão entre mundos e ofícios que são geograficamente distantes, mas interligados. 
Para o diretor artístico Alessandro Sartori, a moda é tanto uma questão criativa quanto comportamental. Na mistura singular de modos de fazer e de vestir reside uma busca interminável por aprimoramento, um olhar responsável e a continuidade entre inovação e tradição. Cada coleção é não só um acréscimo ao caminho já traçado, mas também uma forma de dar novo significado ao que foi feito, explorar um momento da história e evoluir o todo. 
Diz Sartori: “O homem que tenho em mente invadiu um guarda-roupa no qual peças foram coletadas ao longo das décadas, por seu valor emocional e material. Trabalhando com lãs lavadas e Vellus Aureum, conseguimos transferir a vida vivida para as roupas. Esta coleção traz a essência da cidade italiana de Turin, na atitude culta que as formas sugerem e na maneira despreocupada com que são usadas, que é uma forma particular de ser italiano”.