Crescem os golpes cibernéticos no turismo
Black Friday e a alta temporada de verão costumam fazer vítimas que buscam boas oportunidades para viajar
23/10/2024 às 10:57
Pixabay
Com a aproximação do verão e das férias de fim de ano, a demanda por viagens aumenta e, com ela, o número de golpes cibernéticos. Segundo uma pesquisa do DataSenado, 24% dos brasileiros foram vítimas de crimes virtuais nos últimos 12 meses, incluindo fraudes relacionadas ao setor de turismo, como pacotes de viagem falsos e clonagem de cartões de crédito. São Paulo lidera os estados com o maior número de vítimas, seguido por Mato Grosso e Distrito Federal. Em tempos de maior movimentação no setor, esses golpes se tornam ainda mais frequentes e sofisticados.
 
De acordo com um estudo da Kaspersky, empresa de segurança cibernética, o número de ciberataques no Brasil cresceu 38% no primeiro trimestre de 2024. Com as promoções da Black Friday, a tendência é que as tentativas de golpes se intensifiquem nas próximas semanas, com o aumento da procura por pacotes de viagem e reservas online.
 
O advogado e especialista em proteção de dados, Guilherme Guimarães, alerta que o turismo se tornou um alvo atraente para criminosos devido à grande quantidade de dados pessoais e financeiros compartilhados nos processos de reserva. “Os consumidores estão mais suscetíveis a golpes durante o período de férias, quando a pressa para garantir uma boa oferta pode levar a decisões impulsivas e descuidadas. Sites falsos, ofertas por e-mail e anúncios em redes sociais têm sido os principais meios usados pelos golpistas”, explica.
 
Os golpes cibernéticos no setor de turismo acontecem, principalmente, por meio de sites falsos que imitam grandes redes de hotéis e agências de viagem. Ofertas com preços muito abaixo do mercado costumam atrair vítimas que, ao realizar o pagamento, percebem que foram enganadas. Outro golpe comum envolve o envio de e-mails fraudulentos com links que direcionam a sites maliciosos, onde os dados financeiros são roubados.
 
Guilherme Guimarães orienta que a melhor forma de se proteger é tomando medidas preventivas, como:
 
  • Verificar a autenticidade dos sites: Certifique-se de que está utilizando uma plataforma oficial, observando o endereço URL e buscando avaliações de outros consumidores.
  • Desconfiar de preços muito baixos: Descontos exagerados podem ser um indicativo de golpe.
  • Utilizar formas seguras de pagamento: Prefira cartões de crédito e opte por sistemas de autenticação em duas etapas sempre que possível.
  • Não clicar em links suspeitos: Evite acessar ofertas enviadas por e-mail ou redes sociais sem verificar a procedência.
Para Guimarães, a conscientização sobre esses riscos e a adoção de práticas seguras são fundamentais para evitar fraudes durante o planejamento de viagens. “Com o aumento das compras e reservas digitais, o consumidor precisa redobrar sua atenção para que suas férias não se tornem um pesadelo financeiro”, destaca.
 
Instituto Positivo seleciona escolas públicas para receber kits de robótica
 
O Instituto Positivo, em parceria com a LEGO® Foundation e a FIRST® LEGO® League, lança um edital para selecionar 75 Associações de Pais e Mestres (APMs) de escolas públicas, que receberão gratuitamente materiais do programa LEGO Education voltados para a aprendizagem de robótica. Os kits são divididos em três categorias: FIRST LEGO League Discover, para crianças de 3 a 6 anos; FIRST LEGO League Explore, de 6 a 10 anos; e FIRST LEGO League Challenge, de 9 a 15 anos. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 31 de outubro.
 
O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento dos estudantes da rede pública nas áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), desde a Educação Infantil. "Com a introdução da robótica no dia a dia escolar, queremos proporcionar uma experiência de aprendizagem que estimule o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro", destaca a diretora do Instituto Positivo, Eliziane Gorniak.
 
O FIRST LEGO League Discover será distribuído a 20 APMs; o Explore, a 15; e o Challenge, a 40. Cada instituição selecionada receberá o material específico da temporada, conjuntos LEGO Education e acesso a materiais digitais. Além dos kits, as instituições terão acesso a formação especializada para aplicar o programa, e os materiais entregues vão preparar as crianças para um torneio de robótica. Cada APM poderá participar do programa com 5 equipes para o LEGO® League Discover (mínimo de 20 estudantes); 6 equipes para o Explore (mínimo de 35 estudantes); e 3 equipes para o Challenge (mínimo de 30 estudantes).
 
A ONG FIRST atua no Brasil desde 2004 e, a cada ano, apresenta um novo tema para suas competições, nas quais as diferentes faixas etárias enfrentam desafios relacionados ao tema escolhido. Os programas desenvolvidos pela FIRST® são reconhecidos em mais de 100 países, com a participação de mais de 504 mil pessoas em mais de 200 eventos.
 
Mais informações sobre como as escolas podem participar da seleção estão disponíveis no edital 2024/1 no site do Instituto Positivo pelo link www.institutopositivo.com.br/lego/
 
Empresas de TI sofreram mais de mil ataques em 2023
 
O setor de Tecnologia da Informação (TI) sempre foi um dos mais visados por cibercriminosos. Afinal, ele concentra um vasto acervo de dados sensíveis, incluindo informações pessoais, credenciais de acesso e propriedade intelectual, o que o torna um alvo altamente lucrativo para ataques. O relatório Data Breach Investigations Report 2024 (DBIR), da Verizon, divulgou um estudo aprofundado sobre as tentativas de ataque nesse segmento, confirmando a continuidade e a evolução de diversas ameaças cibernéticas.
 
Segundo o relatório, foram registrados no último ano 1.367 incidentes em empresas do setor de TI, dos quais 602 resultaram em vazamentos de dados confirmados. Os ataques mais frequentes às empresas de TI continuam sendo a intrusão em sistemas, os ataques a aplicações web básicas e a engenharia social - essas categorias representando 79% das falhas de segurança. "Esses padrões de ataque predominam porque os cibercriminosos estão sempre em busca do caminho de menor resistência e maior retorno financeiro", comenta Anchises Moraes, Head de Threat Intelligence da Apura Cyber Intelligence.
 
O estudo revela que 87% dos ciberataques foram motivados por razões financeiras, enquanto 14% tinham como objetivo a espionagem. Isso sublinha a importância de as empresas desenvolverem defesas robustas, tanto administrativas quanto tecnológicas, além de se prepararem para enfrentar ameaças mais sofisticadas. Além disso, foi observada uma leve elevação nos ataques conduzidos por atores estatais, ou seja, que agem em nome de um governo ou Estado, passando de 12% no relatório do ano passado para 15% este ano. "Essa tendência, embora não estatisticamente significativa, ressalta a necessidade urgente de investimentos em controles de detecção preventiva contra atacantes muito bem preparados e financiados", ressalta Moraes.
 
A análise dos dados também mostrou que os tipos de informações comprometidas variam: 46% são dados classificados como 'outros', 45% são informações pessoais, 27% são credenciais e 22% são dados internos da organização. Apesar do aumento global no número de brechas, o setor de TI registrou 741 incidentes a menos em comparação ao ano anterior, embora a quantidade total de dados comprometidos tenha crescido.
 
Cibersegurança: três dicas para proteger aparelhos móveis
 
Os smartphones e tablets fazem parte da rotina da maioria da população e se tornaram indispensáveis para as atividades diárias de muitos profissionais. Mas à medida que os estes aparelhos se tornaram mais populares, os ataques cibernéticos também cresceram. Segundo um levantamento feito pela Kaspersky, em 2023 houve um aumento de 50% no volume de invasões a dispositivos móveis, em relação ao ano anterior. Em todo o mundo foram registrados 33,8 milhões de ataques em 2023, enquanto em 2022 foram 22 milhões de ocorrências.
 
“Assim como ocorre com os computadores, uma vez que estão conectados à internet, os aparelhos móveis também ficam expostos e suscetíveis a invasões. Por isso, a recomendação é que o usuário tenha no celular a mesma cautela que tem no computador ao acessar páginas ou links desconhecidos, evitando a instalação de vírus e outras ameaças que podem gerar um vazamento de dados”, destaca Fábio Fukushima, especialista em cibersegurança e diretor da L8 Security.
 
Ele explica que são muitas as formas que os criminosos utilizam para invadir os dispositivos. Entre as mais comuns estão as que utilizam malwares, que inclui vírus, trojans, spyware e ransomware. Em geral, esses softwares podem ser instalados através de downloads de aplicativos não confiáveis ou links maliciosos.
 
Outro ataque bastante conhecido é o phishing, que geralmente começa com um e-mail ou mensagem que contém um link ou anexo malicioso de um site falso, se passando por uma página conhecida. “Nestes casos, o objetivo é enganar o usuário para que forneça informações sensíveis, como senhas e dados bancários, por exemplo, que poderão ser usados em outros crimes cibernéticos”, alerta Fukushima. “E existem ainda os exploits de vulnerabilidades, nos quais os hackers exploram as vulnerabilidades no sistema operacional ou em aplicativos para ganhar acesso não autorizado ao dispositivo”, complementa.
 
Uma das principais recomendações para evitar esse tipo de ação é instalar apenas os aplicativos essenciais e que estejam disponíveis nas lojas oficiais como Google Play ou Apple App Store. O especialista dá três dicas para aumentar a proteção dos dispositivos móveis.
 
1. Mantenha o software atualizado: certifique-se de que o sistema operacional e todos os aplicativos do seu smartphone estejam sempre atualizados. As atualizações frequentemente incluem correções de segurança que protegem contra vulnerabilidades conhecidas.
 
2. Use autenticação de dois fatores: ative a autenticação de dois fatores em todas as contas e aplicativos que oferecem essa opção (aplicativos de bancos, contas de e-mail, redes sociais e aplicativos de mensagens). Isso adiciona uma camada extra de proteção, exigindo um segundo fator (como um código enviado para seu celular ou uso de gerador de códigos) além da senha.
 
3. Instale um antivírus confiável: utilize um software antivírus de boa reputação para proteger seu dispositivo contra malware e outras ameaças. Muitos antivírus também oferecem recursos adicionais, como proteção contra phishing, verificação de aplicativos e segurança de redes Wi-Fi.
 
“Outra porta de entrada bastante utilizada é a conexão a redes Wi-Fi públicas. Isso pode expor o dispositivo a ataques man-in-the-middle, onde os hackers interceptam dados transmitidos entre o dispositivo e a rede, roubando assim informações importantes dos usuários. Por isso, a recomendação é evitar a conexão a redes não confiáveis”, ressalta Fukushima.
 
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