Startup de Cianorte exporta tech de moda para 60 países
E mais: Tecnologia no campo gera economia e consumo responsável
21/08/2024 às 10:22

O setor de confecção, têxtil e artefatos em couro no Paraná é um dos maiores geradores de empregos do estado, posicionando-se como o terceiro maior, atrás apenas dos setores alimentício e de construção civil, segundo dados da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). No coração deste segmento está Cianorte, conhecida como a Capital Nacional do Vestuário, que não apenas abriga importantes indústrias, mas também desponta como um polo de inovação tecnológica para o mercado de moda no Brasil e no mundo.

Um dos principais expoentes dessa revolução tecnológica é o Grupo IRRAH, fundado há 20 anos em Cianorte. O grupo tem se destacado no desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas, que são exportadas para mais de 60 corporações globais, um feito notável considerando que apenas 0,13% das empresas brasileiras atuam no mercado de exportação, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Governo Federal.

Especializado em produtos digitais para o mercado da moda, o Grupo IRRAH oferece soluções que automatizam processos, aumentando a eficiência em áreas estratégicas como vendas, atendimento ao cliente e marketing. Sua matriz está em Cianorte, com unidades em Maringá e Dover, nos Estados Unidos e desponta na vanguarda da transformação digital na indústria da moda, com seis soluções inovadoras que são utilizadas por mais de 25 mil usuários em todo o mundo, incluindo grandes players do mercado digital, varejistas, big techs de CRM e influenciadores digitais.

Entre as principais inovações do Grupo IRRAH está o GTP Maker, uma ferramenta que utiliza Inteligência Artificial para criar atendentes virtuais personalizados, otimizando o atendimento ao cliente em múltiplos canais, como WhatsApp, Instagram, Mercado Livre e Facebook. Outra solução inovadora é o Dispara Aí, que facilita a execução de campanhas e promoções no WhatsApp, fortalecendo a comunicação e o marketing digital.

O portfólio do Grupo IRRAH inclui ainda o Kigi Sistema, um ERP voltado para a gestão de lojas físicas; o E-vendi, um e-commerce integrado ao ERP; o Z-Api, uma ferramenta que integra sistemas com o WhatsApp; e o Plug Chat, que centraliza o atendimento via WhatsApp.

Somente o Kigi movimentou, nos últimos cinco anos, mais de R$11 milhões, registrando a marca de 5 mil usuários e 1.800 empresas clientes. 

Miriã Plens, CMO do Grupo IRRAH, destaca a importância de suas raízes: "É um orgulho para nós sermos de Cianorte e levar nossa expertise para empresários em todo o mundo. Nosso objetivo é facilitar a jornada empreendedora, tornando-a mais eficiente e rentável. Estamos sempre prontos para apoiar a comunidade local enquanto expandimos nossas soluções globalmente."

Tecnologia no campo gera economia e consumo responsável

No cenário agrícola atual, a inovação tecnológica é essencial para melhorar a eficiência e a sustentabilidade das operações. Segundo um relatório divulgado recentemente pela empresa chinesa DJI, drones trabalharam em mais de 500 milhões de hectares, proporcionando significativas economias de recursos e reduzindo carbono. Essa tecnologia está na vanguarda da chamada agricultura de precisão, que melhora a produtividade e a gestão no campo.

"Esses aparelhos representam uma revolução sustentável na agricultura. Eles não apenas aumentam a eficiência das operações agrícolas, mas também reduzem significativamente o impacto ambiental, promovendo um futuro mais verde para todos nós" relata Welber, CEO e Fundador da Agro Atlas Brasil.

A Agro Atlas Brasil, líder no setor, está na linha de frente dessa transformação tecnológica. Equipados com câmeras de alta resolução e sensores avançados, os drones da empresa capturam dados precisos sobre o estado das plantações. Essas aeronaves não tripuladas sobrevoam grandes áreas de cultivo, coletando informações detalhadas sobre a saúde das plantas, presença de pragas, umidade do solo e outros fatores críticos que afetam a produtividade agrícola.

“Já contabilizamos uma economia de mais de 70 milhões de litros de água graças à precisão milimétrica do equipamento que permite uma aplicação eficiente e direcionada. Além disso, a utilização otimizada dos nossos drones reduziu mais de 7 toneladas de carbono, contribuindo para um ambiente mais limpo e saudável”, completa Welber.

A inteligência aplicada à tecnologia tem revolucionado a agricultura ao permitir o monitoramento contínuo das lavouras, fornecendo dados em tempo real que auxiliam os agricultores a tomar decisões rápidas e informadas. Essa tecnologia avançada reduz significativamente o risco de perda de safra e melhora a qualidade do produto final. Além disso, a precisão na aplicação de fertilizantes e pesticidas proporcionada pelo equipamento garante uma utilização eficiente dos insumos, direcionando-os exatamente onde são necessários. Isso não apenas economiza recursos, como também minimiza o impacto ambiental, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.

Outro benefício significativo na agricultura é o mapeamento detalhado e o planejamento das áreas de cultivo. Com dados precisos sobre as condições das lavouras, os dispositivos auxiliam no planejamento das operações agrícolas, permitindo um uso mais eficiente da terra e a identificação de áreas que requerem atenção especial. A automação proporcionada por essa tecnologia também diminui a necessidade de mão-de-obra intensiva, trazendo uma redução significativa dos custos operacionais, gerando mais lucros aos agricultores.

A inovação tecnológica está na vanguarda da transformação agrícola, não só otimizando a produção e reduzindo custos, mas também promovendo a sustentabilidade no campo. A adoção de drones na agricultura é um passo importante para garantir um futuro mais produtivo e responsável.

IA pode reduzir espera por decisões judiciais em até 80%

O uso da Inteligência Artificial (IA) no sistema judiciário brasileiro tem sido tema de ampla discussão. E a constatação é que isto pode reduzir o tempo de espera por decisões em até 80%, conforme afirma a especialista em IA da dataRain, Thaís Lino. Esta estimativa é baseada na capacidade das ferramentas de IA de processar e analisar informações jurídicas com uma velocidade incomparável, impactando diretamente na eficiência dos tribunais e na celeridade dos processos. 

A especialista destaca que um dos exemplos mais emblemáticos é o tempo médio que um ser humano leva para analisar processos de grandes volumes. “Um processo com 488 páginas, por exemplo, pode demandar cerca de cinco horas para ser lido e compreendido por um advogado. No entanto, com a ajuda da IA, esse tempo pode ser reduzido para apenas alguns minutos, possibilitando uma análise detalhada em uma fração do tempo tradicional”.

Para ela, essa economia de tempo não só beneficia advogados, mas também o próprio sistema judiciário, que historicamente lida com a morosidade em diversas instâncias. No Brasil, onde há apenas 8,2 magistrados para cada 100 mil habitantes, menos da metade da média europeia que é de 17,4, a IA surge como uma ferramenta indispensável para aliviar a carga de trabalho dos juízes. “Processos que poderiam se arrastar por anos podem ser acelerados, promovendo um acesso mais rápido à justiça”.

Thaís destaca que a IA não se limita à leitura e análise de documentos. “Ferramentas de IA já estão sendo usadas para prever resultados de litígios, revisar contratos e até realizar pesquisas jurídicas de forma automática. Isso significa que tarefas que antes demandavam dias, ou até semanas, podem ser realizadas em horas ou minutos, transformando a prática jurídica e permitindo que os profissionais se concentrem em questões mais complexas e estratégicas”.

No entanto, a especialista alerta para os desafios inerentes ao uso da IA no Direito. “Dependência excessiva de tecnologia pode expor o sistema a falhas técnicas e a questões éticas, como o viés algorítmico. Por isso, é fundamental que a IA seja utilizada como uma ferramenta de apoio, com revisão humana contínua para garantir a precisão e a justiça nas decisões”.

Diante desse cenário, a regulamentação da IA no setor jurídico também se torna uma prioridade. "É preciso estabelecer diretrizes que garantam o uso ético e transparente da IA, preservando os direitos fundamentais e a integridade do sistema judiciário. Desta forma, a combinação de regulação robusta e inovação tecnológica pode ser a chave para uma justiça mais ágil e acessível, sem comprometer os valores essenciais da sociedade”, finaliza.

Londrina e Maringá captam R$ 7,6 mi para startups

Nos últimos dois anos, as cidades de Londrina e Maringá captaram, juntas, R$ 7,6 milhões em recursos para apoiar o desenvolvimento de startups. O montante é proveniente de três editais estaduais e federais de incentivo financeiro a projetos de inovação. As regiões norte e noroeste do Paraná somam 314 startups, segundo mapeamento do Sebrae/PR. Por meio de uma aliança estratégica, as cidades têm trabalhado em conjunto para fortalecer seus ecossistemas de inovação. Entre as ações está o Investing Day, promovido nesta segunda-feira (20), para aproximar startups de grupos de investidores dos dois municípios.

O Encontro de Investidores da Aliança Estratégica dos Ecossistemas de Inovação de Londrina e Maringá foi realizado no Sicredi Dexis, em Londrina. O evento trouxe como temáticas os investimentos de risco, cenários e tendências, além dos principais desafios e boas práticas de investimentos. Ao final do encontro, foi realizada uma rodada para conectar e promover networking entre os grupos de investidores e as startups das regiões norte e noroeste do Paraná. O Investing Day abre a programação do ECO.TIC’NOVA 2024, evento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que será realizado nos dias 27 e 28 de agosto, no Villa Planalto, em Londrina.

A consultora do Sebrae/PR, Danubia Milani, diz que o encontro teve o objetivo de conectar startups que buscam por investimento ou têm a intenção de abrir o capital dos seus negócios, com potenciais investidores. No painel com investidores das duas cidades, os empreendedores puderam conhecer as oportunidades ofertadas pelos fundos. “É um evento voltado para startups e investidores, para fomentar a geração de negócios entre as cidades de Londrina e Maringá”, afirma.

 

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