"OH BACO! OH DEUS SUPREMO! SENHOR DAS BACANAIS E DAS ORGIAS.
“POSSA EU CANTAR AS MELODIAS QUE O VINHO, ESSE TEU NECTAR, EM MEU VASO INSPIROU E POSSA EU, HUMILDEMENTE, SER TEU SERVO E DIVULGAR A MAGIA DO TEU REINO, ENSINANDO A DESCOBRIR, A FONTE DE ALEGRIA E FELICIDADE, QUE O HOMEM SEMPRE DESEJOU." 
Autor: J. Albano Marques, Enófilo, Sommelier, ex professor de Hotelaria em Escolas Hoteleiras de Portugal e Antigos Territórios, em seu livro sobre vinhos.
Apoio e colaboração Osvaldo Nascimento Juniors.: Advogado, Empresário, Enófilo, Sommelier, Colunista e Palestrante de vinhos,Professor do Curso de Vinhos da Universidade Livre do Comercio ( ULC) da Associação Comercial do Paraná (ACP), autor do livro sobre vinhos VINUM VITA EST – A HISTÓRIA VISTA PELO VINHO, colunista de vinhos do Diário Indústria e  Comercio do Paraná e diversos veículos de imprensa.


Foto tirada na Gruta de Baco, na Vinícola Aurora em Bento Gonçalves no (RS) quando de nossa visita à esta que é a maior vinícola do Brasil.

HOMENAGEM A BACO, DEUS DO VINHO ROMANO EM SEU DIA 16 DE MARÇO.
Muito se fala em BACO, quando se referem a Vinho, Mas que foi este Deus romano da mitologia, que poucos conhecem? Diz uma definição simplória que era o deus romano do vinho, dos grãos, da fertilidade e da felicidade. Mas... só isso? Primeiramente temos que entender a mitologia greco/romana. OS MITOS E AS CIDADES ESTADOS GREGAS. No período clássico grego haviam várias cidades Estado- independentes. As mais destacadas como Atenas e Esparta aumentavam seus poderes conquistando as cidades vizinhas e fundando colônias em ilhas próximas, na Costa Menor (Turquia moderna) e no sul da Itália. Em todos os lugares aonde iam os gregos construíam templos para inúmeros deuses. Entre estes deuses, Dionísio, deus do vinho e do teatro grego, era filho de Zeus, o pai dos deuses (viram de onde veio o nome que demos ao nosso Todo Poderoso?) e da princesa mortal Semele, (quanta coincidência...). Mas sua origem mitológica é fruto de diversas mães, na mais clássica, Sêmeles, uma sacerdotisa, ficou grávida através de um raio jogado por Zeus, Juno, a esposa de Zeus não acreditando e disfarçada, sugeriu a Sêmeles que pedisse a Zeus para lhe dar a imortalidade, ao fazer, queimou-a, Zeus sacou o feto do ventre da mãe e implantou o na própria perna e para oculta-lo de Juno, Dioniso foi jogado no rio dentro de uma cesta, onde foi salvo por musas que o criaram (outra coincidência?). Os deuses podiam tudo .Quando adulto percorreu o mundo conquistando terras como a Índia ( qual Alexandre Magno) e reunindo um grupo exótico de seguidores, aonde quer que fossem, Dionísio e seus amigos ensinavam os homens a fazerem Vinho... e apreciá-los com orgias e nas quais os participantes eram tomados de uma frenética dança. Após a decadência do Império grego com a morte de Alexandre Magno, Roma já iniciava seu avanço de conquistas e antes de se tornar poderosa, os etruscos eram um dos mais importantes povos do centro da hoje Itália, e sua cultura foi berço da civilização romana. Com freqüência isto é menosprezado, pois os romanos enfatizavam sua herança latina ( da região do Lácio no Rio Tibre perto de Roma) sua origem troiana e raízes helênicas. Depois que os romanos saquearam a cidade etrusca de Veios em 396 (AD) os etruscos foram incorporados à República de Roma.
DEUSES COMPOSTOS. Ao conquistar novos territórios, era do interesse de Roma permitir que os povos subjugados continuassem a adorar seus próprios deuses, (tal  em 254 AD  tal qual o grande Imperador Constantino fez no Concilio de Nicéia Itália, aceitando os cristão com sua crença no grande Império) e mas criava uma versão romana para eles com im dos para enfatizar que a raça conquistada agora fazia parte do Império Romano Se uma divindade local tinha algo em comum com um deus romano ou itálico, os dois poderiam ser amalgamados sob o nome do deus romano. Assim, as divindades romanas não só tinham características dos primitivos deuses itálicos, mas também podiam adquirir atributos dos deuses de povos conquistados, como o foi, no caso especial, da Grécia.
JUPITER O DEUS DO CÉU. Antes de Roma se tornar poderosa, os etruscos eram um dos mais importantes povos italianos. Quando Roma os conquistou, assimilou alguns deuses, atribuindo-lhes, por vezes,  qualidade dos deuses gregos.  Um bom exemplo é o deus etrusco Tínia, o deus do céu ou do “trovão” renomeado como Diospeter ou Júpiter (PAI DO CÉU)  pelos romanos e adorados como o deus dos trovões. Após Conquistar a Grécia, os romanos deram-lhe atributos do deus grego do céu, ZEUS, e JUPITER tornou-se o deus romano supremo, tanto que a uva emblemática da  Itália, a Sangiovese é conhecida desde a antiguidade como o sangue de Júpiter, e a famosa Brunelo de Montalcino  de vinhos famosos da Toscana não deixa de ser a Sangiovese.
Mas as origens só podem vir dos gregos. Como vimos, o nascimento de Dionísio é fruto de diversas mães, mas o pai é sempre ZEUS. Na medida  em que a inteligência do homem se desenvolve, ele começa a perceber a existência de fenômenos sobre os quais não tem controle e sem saber explicá-los atribui sua ocorrência  a entidades  superiores os deuses,  como hoje ainda acontece. Para agradá-los, criam rituais de celebrações, e o vinho  segue os passos das diversas religiões que vão se formando no decorrer  da história. Dionísio e Baco estão sempre divinizados.  Eurípedes (486AD/406BD), foi um dos grandes dramaturgos atenienses, escreveu sua famosa tragédia As Bacantes, onde é tratado pelo nome do qual era conhecido em Tebas (Grécia) BACO sempre apresentada no Teatro maravilhoso até hoje visto e visitado por seus súditos  em Atenas, na  encosta leste  da Acrópole, como nós a visitamos de quando nossa viagem à  decantada Grécia,  e mostramos sua foto quando de nossas palestras e cursos, tornou-se seu lar. Esta peça afirma que duas divindades  ocupam o primeiro lugar entre os homens: Demeter , a terra que sustenta os homens com alimentos e Baco que deu o vinho aos mortais, para livrá-los de todos os sofrimentos,  e ocupou um lugar de destaque no Olimpo, a morada dos deuses homéricos, abençoado também pelas referências bíblicas nas Sagradas Observações do Eclesiastes: Dos Livros Poéticos e Sapienciais do Antigo Testamento: “ Que proveito tem o homem de todo o trabalho, com que se fadiga?  Coma , beba e viva alegremente durante sua fugaz passagem pela terra.1.24” – Afinal tudo vem de Deus.
O vinho é sedutor e divino. Seduz porque é vinho. É divino porque é mistério. Celebremos a vida.
EVOE. BRADO DE SAUDAÇÃO POR SEUS SÚDITOS. SAÚDE.

Osvaldo Nascimento Juniors.         
Bibliografia:
Matéria pesquisada em diversas obras de nossa enoteca,
Nosso livro sobre vinhos VINUM VITA EST – A HISTÓRIA VISTA PELO VINHO.  MITOLOGIA – Guia Ilustrado Zahar – Philip Wilkinson & Neil Philip. Hugh   Johnhson – A História do Vinho. Maior autoridade de Vinhos do planeta. Autor de vários livros sobre o assunto.
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