EROS vai ao festival de COPENHAGUE
21/02/2024 às 11:22

 O longa Eros, documentário brasileiro dirigido pela britânica-brasileira Rachel Daisy Ellis, participa da 21ª edição do festival internacional de documentários de Copenhague, o CPH:DOX 2024, dentro da seção Next:Wave, de 13 a 24 de março na Dinamarca. São selecionados apenas catorze títulos de realizadores emergentes internacionais. Essa amostragem é considerada o que há de mais inovador entre documentários de cineastas em início de carreira.

Eros investiga a maior instituição de sexo do Brasil: o motel. Contado sob o dispositivo do auto-registro, obra examina a intimidade, o sexo e o amor por meio de dez pessoas convidadas a se filmar durante uma noite e compartilhar os seus vídeos para fazer parte do filme. A diretora e o montador Matheus Farias costuraram as dez histórias em dez suítes diferentes, de distintos lugares do Brasil. A montagem aconteceu em paralelo a pesquisa e a produção, num processo circular, e não linear, ao longo de dois anos.

Rachel Daisy Ellis comemora a seleção, observando que o festival é importante para novos realizadores de documentário: “Dá visibilidade a projetos e autores que estão experimentando com linguagens e provocando novos debates em torno do documentário. Vai ajudar a garantir que Eros seja visto e debatido com mais gente”.

Para ela, o motel “serve como um prisma das normas e práticas sexuais e emocionais e faz parte do tecido da identidade sexual do país”. A diretora vem documentando a influência de instituições nas relações interpessoais, e também o auto-registro. E agora “queria explorar e entender melhor as relações que aconteceram entre as quatro paredes dos suítes de motel e o que poderiam revelar sobre como nos relacionamos intimamente”. 

“O filme, diz ela,  acabou sendo um mergulho nas relações íntimas, a liberdade sexual, o refúgio, a relação corpo-espaço, a auto-representação, a performance, o amor romântico e a solidão”. Por fim, revela: “Fiquei surpresa e tocada com a generosidade com que as pessoas se expuseram, mas entendi que também existe uma vontade erótica, um desejo de se exibir pro mundo, mostrar seus corpos e contar pro mundo suas histórias”.

Rachel é conhecida por seu trabalho como produtora de títulos nacionais como Boi Neon, Divino Amor e Doméstica, dirigidos por Gabriel Mascaro, com quem tem uma parceira na produtora Desvia, há 14 anos. Eros tem produção dela e da Ponte, de Dora Amorim. Distribuição no Brasil da Fistaile, de Talita Arruda e Marina Tarabay.

Mixagem -Nicolau Domingues e Mauricio D´Órey

Participantes & Filmagens:  Marlova Dornelles & Andrade, Gabriel Soares & Hagar, Joana & José dos Santos, Ale Gaúcha & amigos, Fernanda Falção & Ribersson, Camila & Heber, Barbara Drummond & Paulo Vela, Luis de Basquiat, Rachel Daisy Ellis

Assistência de direção David Moura, Everton Federico, Hellyda Cavalcante

Pesquisadores: Victoria Alves, Bruna Leite, Chico Ludemir, Chico Ludemir, Vanessa Forte,  Maria Clara Escobar, Fernanda Luá, Tainã Aynoã dos Santos Barros, Mayara Sanchez, Laura Dornelles

 

Comentários    Quero comentar
* Os comentários não refletem a opinião do Diário Indústria & Comércio