Ensinamentos do ato heroico na Irlanda aos empresários
04/12/2023 às 19:16
(*) Altevir Prado
 
Trabalhando há quase um ano como entregador pelas ruas de Dublin, capital da Irlanda, o brasileiro Caio Benício foi destaque na imprensa internacional na última semana depois que usou seu capacete para neutralizar um agressor que atacava adultos e crianças próximo a uma escola.
 
Seu ato heroico foi mundialmente reconhecido, mas o que talvez tenha passado despercebido, é o porquê do brasileiro estar esse tempo todo no frio irlandês sozinho, longe da esposa e das filhas, trabalhando como entregador.
 
Benício era empresário no Brasil, dono de um restaurante em Niterói (RJ) que pegou fogo em 2020 e, como não conseguiu arcar com os gastos para reformar e reabrir o espaço, teve que procurar outra forma de sustento.
 
Nesse episódio, Benício acabou não se ferindo e ainda foi agraciado com uma bolada de mais de R$ 2 milhões, arrecadados em uma vaquinha virtual promovida entre os irlandeses como retribuição pela sua coragem.
 
Mas caso o empresário carioca tivesse contratado um seguro para o seu estabelecimento comercial, provavelmente não precisaria estar esse tempo todo longe de casa, da família e dos amigos, e muito menos ter se colocado em uma situação tão arriscada.
 
Muitos empresários de médio porte não contratam seguro em função do custo. Na oferta do seguro podem estar embutidas várias coberturas adicionais que encarecem o produto e inviabilizam a sua contratação. O comerciante acaba não contratando e fica completamente desprotegido, inclusive para o risco maior, que é o de incêndio.
 
O Sindicato das Seguradoras do Paraná e de Mato Grosso do Sul (Sindseg PR/MS), o qual eu presido há três anos, realizou recentemente um ciclo de palestras em associações comerciais de seis cidades nos dois estados em que atuamos. Buscamos conscientizar os empresários dos diversos setores sobre a necessidade dos seguros pessoais e empresariais.
 
As seguradoras pagaram R$ 1,1 bilhão neste ano até agosto em indenizações no seguro empresarial. Isso significa milhares de empresários que, ao se depararem com um evento inesperado com potencial de impedir a continuidade do negócio, não precisaram se mudar de país como Benício. Apenas acionaram o seguro e seguiram operando normalmente.
 
No seguro para bares e restaurantes existe uma cobertura básica obrigatória que cobre os danos materiais em caso de incêndio, raio, explosão, implosão e fumaça. Mas também é possível adicionar cobertura contra eventuais danos causados aos clientes. A existência de fritadeira, botijão de gás e outros utensílios de cozinha em operação aumentam o risco de incêndio nesse tipo de negócio tornando o seguro primordial.
 
(*)  Altevir Prado , é presidente do Sindicato das Seguradoras do Paraná e de Mato Grosso do Sul (Sindseg Pr/MS).
 
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