ENTREVISTA: Velhas Virgens
Velhas Virgens e Camisa de Vênus se apresentam juntos em Curitiba dia 13 de maio
07/05/2023 às 11:15
Velhas Virgens (foto: Rafael Rezende)
Uma das mais despojadas bandas de rock and roll do Brasil, o Velhas Virgens segue na estrada há décadas proporcionando mmentos de diversão para os fãs das diversas cidades que passam todos os anos. No dia 13 de maio, eles retornam a Curitiba, dessa vez ao lado do lendário Camisa de Venus, para uma apresentação histórica na Ópera de Arame.

Conversamos com Ale Cavalo, guitarrista e membro fundador do Velhas Virgens, sobre o show e a história do lendário grupo!

Mais detalhes sobre o show em Curitiba, aqui.

Quais são suas músicas favoritas para tocar ao vivo? Como vocês costumam organizar o repertório dos shows; quais os critérios?
Se repetir essa pergunta para os seis músicos da banda, teremos seis respostas diferentes. São mais de 150 músicas lançadas e tem para todos os gostos. Vou falar por mim, gosto de tocar “Uns Drinks”, “De Bar em Bar pela Noite”, “O Bar Me Chama” e “Carregue Sua Cruz Com Classe” (ambas do disco de 2021), “Retalhos de Cetim” (uma versão blues para a música do Benito de Paula), “A Mulher do Diabo”, “Última Partida de Bilhar”, entre outras. Enfim. A lista é grande.
Quem faz a curadoria inicial do repertório é o Paulão. Ele leva em consideração uma espinha dorsal de músicas conhecidas para o público cantar, entre elas coloca músicas do mais recente trabalho e alguns covers e citações. Para fazer a ordem tem que pensar em mudanças de figurinos e vocalistas. Depois de tudo pronto conversamos com a banda toda, tem uma ou outra mudança. Durante a turnê o set list vai se acomodando, entra música, sai outras até ficar afinado.

Viver de música no Brasil é um objetivo que todas as bandas almejam, mas um número reduzido de fato o alcança. Vocês notam evoluções no mercado desde o início da carreira até hoje?
Passamos por inúmeras mudanças, vimos o vinil acabar e hoje ter um nicho do mercado, o CD surgir e desaparecer, downloads, streamings e tantas loucuras com as redes sociais que chega ser impossível acompanhar tudo.
Todas essas mudanças alteraram o mercado profundamente. Elas abriram o leque de facilidades de gravar e lançar músicas e, com isso, maior facilidade aos artistas. Por outro lado, pulverizou a divulgação. Hoje não precisa de tanto investimento para uma carreira, mas também ficou bem mais difícil furar a bolha e atingir o grande público. No final, aumentou o trabalho do artista que tem que cuidar diariamente dos lançamentos, redes sociais, streamings. A confusão foi tão grande que só agora as grandes gravadoras conseguiram se reconstruir.

Aproveitando o gancho: Como é poder trabalhar com música, poder fazer shows e turnês falando sobre festa, bebedeira, putaria e tudo o mais?
Temos a banda desde 1986, e começamos a fazer turnês sem interrupções em 1994. Com esse tempo de estrada acabou ficando uma coisa natural. Ainda hoje temos um clima de novidade e diversão. Esse foi o nicho que nós encontramos para poder viver de música e, conseguir fazer isso com nossas temáticas muitas vezes indigestas, é um privilégio.

Qual a função social da música do Velhas Virgens para o público? Proporcionar momentos de e diversão? Dar a oportunidade de extravasar ao cantar letras sacanas sem o menor pudor? 
Tentamos fazer um show onde a pessoa entre, cante com a gente, esqueça seus problemas por algumas horas e volte pra casa feliz. Sem oprimir ninguém, sem exigir qualquer coisa que não seja um pouco de diversão e paz.

Vocês já foram processados alguma vez por causa de alguma letra, depoimento ou algum acontecimento específico?
Não. A única coisa próxima disso foi quando a música “Abre essas pernas” que estava chegando em primeiro lugar, em uma rádio de escala nacional, acabou sendo proibida e tirada da programação por um juiz do Rio de janeiro. Isso foi em 2001.

Vocês se apresentam em Curitiba em maio, ao lado do também lendário Camisa de Vênus. Quais são as expectativas?
O Camisa foi uma das primeiras bandas a nos ajudar. Marcelo Nova participou do nosso primeiro disco e é um amigo muito querido. Fazer esse show com eles num lugar mágico como é a Ópera de Arame é um daqueles momentos inesquecíveis.

Ainda sobre nossa cidade, imagino que lembrar de coisas possa ser um tanto complicado, todavia, qual sua relação com Curitiba?
Foi a primeira capital fora de São Paulo que tocamos. Isso diz tudo.

Deixe uma mensagem aos fãs, convidando-os para o show na capital paranaense:
Vai ser uma noite para ficar na memória! Pra curtir e se divertir muito. Um encontro histórico (ou pré-histórico se contarem nossas idades). Muito obrigado pela entrevista! Um grande abraço.
 
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